quinta-feira, 25 de junho de 2015

A peleja do alecrim com o coentro e outros causos culinários.



Me toca a mandioca.

Da mais bela mandioca
Se extrai a boa goma
Para fazer tapioca
De todo gosto e aroma.
Com recheios tão diversos
Que merecem muitos versos
Até em outro idioma.

Quem quiser beiju gostoso
Deve a goma hidratar,
Deixar ele bem formoso
Depois pôr para secar.
Vai então depois salgando
Separando e peneirando
Pra ficar bom de fritar.

Mas não caia na bobeira
De achar que vai fazer
Como a tapioqueira
Tens é muito que aprender.
Ela é dona da arte
E experiente reparte
Gomas de fazer gemer.

Se a sua tapioca
Não ficar
Como a dela,
Se não merecer beijoca
Ou se grudar na panela,
O jeito é não desistir
Confiar mais no porvir
E treinar mais como ela.

Mas não para por aí
O que a mandioca cria.
Muito mais que um jataí
Ela faz nossa alegria.
Muitos tipos de farinha
Que enriquecem a cozinha
Coisa para todo dia.

Tem tapioca de caroço
E a farinha da terra,
Vê que a goma é só um esboço
Da nossa boa de guerra.
Massa puba e copioba
Tanta coisa dá e sobra
Com mandioca não se erra.

Também não me esqueci
Que é dela que se tira,
O mágico tucupi
Até encanta a curupira.
Sai dela também polvilho
Pra delicioso sequilho
Doce que se admira.

Mas o melhor uso é,
Qualquer discussão é finda,
O que há no Alto da Sé
Ante a vista que se brinda.
Fazem coisas mais gostosas
As sempre talentosas
Tapioqueiras de Olinda.

A peleja do alecrim com o coentro e outros causos culinários: receitas e cordel de
Tatiana Damberg


terça-feira, 12 de maio de 2015

e cada região elegeu o seu cereal preferido



E... cada região do mundo elegeu seu cereal preferido: o trigo se difundiu na região mediterrânea, o sorgo no continente africano, o arroz na Ásia, o milho na América. Em torno dessas plantas organizou-se toda a vida daquelas sociedades: relações econômicas, formas de poder político, imaginário cultural, rituais religiosos (...). A própria invenção da cidade, percebida pelos antigos como lugar por excelência da evolução civil, não seria possível sem o desenvolvimento da agricultura. Nesse processo, as sociedades não se adequaram simplesmente às condições impostas pelo ambiente. Modificaram-nas de modo profundo, introduzindo culturas fora das áreas originárias e transformando a paisagem em função disso. É nesse contexto cultural que as primeiras sociedades agrícolas elaboram a ideia de um “homem civil”, aquele que constrói artificialmente sua comida. Uma comida que não existe na natureza e que serve para distinguir a identidade das bestas da identidade dos homens. O pão, na região mediterrânea, área do trigo, representa essa distinção. Somente os homens sabem fazer o pão, tendo elaborado uma sofisticada tecnologia que prevê uma série de operações complexas fruto de longas experiências e reflexões. O pão representa a conquista da “civilização”. (...) Papéis simbólicos idênticos revestem o vinho e a cerveja, bebidas fermentadas que, como o pão, não existem na natureza, mas representam o resultado de um saber... e o homem aprendeu a dominar os processos naturais, utilizando-os em benefício próprio. (Massimo Montanari)

terça-feira, 28 de abril de 2015

Mandioca Manioc Maniva

Tenho pensado no potencial do complexo indígena da mandioca sobre o complexo cerealífero europeu do trigo... aí lembrei que estamos vivendo a celebração dos alimentos "sem trigo" estrelada pela mandioca na figura da tapioca... o mito de origem da mandioca a revela como símbolo da mistura do branco português com o indígena. Na história da culinária brasileira, a mandioca é central quando o assunto é adaptação dos colonizadores, e sobretudo das cozinheiras, ao chamado “pão dos trópicos”. Gilberto Freyre fala disso.  As “casas de farinha” e toda uma etnografia existente sobre o cultivo e consumo da mandioca revelam que se trata de potente mediador e agregador de pessoas. “mexer com polvilho”, “fazer farinha”  para mulheres camponesas é uma operação de conexão com outras mulheres e  uma forma de criar “fartura”, abundância... processando a mandioca. Conversando com as mulheres aprendi que um roçadinho de mandioca é pura fartura,  a garantia de alimento o ano todo... a mandioca pode ficar debaixo da terra até dois anos depois de já estar pronta para o arranque, o que facilita na questão do armazenamento desse alimento... e então onde tem mandioca tem a farinha, tem o polvilho, tem um bolo doce, tem tapioca, pão de queijo, beiju... é quase uma bênção esse alimento...

Abaixo cito o mito da mandioca que eu encontrei nesse artigo aqui:
A Palavra mandioca do verbal ao verbo-visual . Autora: Beth Brait.  Revista BAKHTINIANA, São Paulo, v. 1, n. 1, p.142-160, 1o sem. 2009.
“MANI-OCA
(Casa de Mani)
Em tempos idos, apareceu grávida a filha de um chefe selvagem, que residia nas imediações do lugar em que está hoje a cidade de Santarém. O chefe quis punir no autor da desonra de sua filha, a ofensa que sofrera seu orgulho e, para saber quem ele era, empregou debalde rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante dos rogos como diante dos castigos a moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O chefe tinha deliberado matá-la, quando lhe apareceu em sonho um homem branco, que lhe disse que não matasse a moça, porque ela efetivamente era inocente, e não tinha tido relação com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando este último fato a surpresa não só da tribo como das nações vizinhas, que vieram visitar a criança, para ver aquela nova e desconhecida raça. A criança, que teve o nome de Mani e que andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido e sem dar mostras de dor. Foi enterrada dentro da própria casa, onde era descoberta diariamente, sendo também diariamente regada a sua sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo, brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. Cresceu, floresceu e deu frutos. A terra afinal fendeu-se; cavaram-na e julgaram reconhecer no fruto que encontraram o corpo de Mani. Comeram-no e assim aprenderam a usar a mandioca.[O fruto recebeu o nome de Mani-oca, que quer dizer: casa ou transformação de Mani, nome que conservamos corrompido na palavra mandioca, mas que os franceses conservam ainda sem corrupção] (COUTO DE MAGALHÃES, 1935, p. 167-168).”

quinta-feira, 16 de abril de 2015

o lugar da comida

“Em termos nutricionais nada nos impede de comermos a sobremesa, ou beber o cafezinho como princípio do almoço; assim como nada nos impede a prática da entomofagia (comer insetos), como o fazem certos povos orientais, africanos ou mesmo ameríndios brasileiros. As proteínas desta fonte alimentar, inclusive, são reconhecidas como de melhor assimilação do que a carne. Contudo, a degustação do inseto não nos apetece. Qual é a diferença entre se deliciar com camarões ou grilos fritos? Os odores de certos alimentos tanto podem provocar a salivação apetitosa quanto a repulsa, como é o caso de certas conservas ou tipos de queijos. As moléculas odorantes, percebidas pelas células olfativas são idênticas, mas a significação da experiência da realidade é diversa. Assim também, insere-se na dimensão da ordenação do mundo e classificação cultural o “lugar” da comida, ou seja, em que contextos ela apresenta-se como alimento, ou como sujeira.”  Rogéria Dutra. 

Antropóloga que estuda alimentação.
Dutra, Rogéria Campos de Almeida
Família e redes sociais: um estudo sobre as práticas e estilos
alimentares no meio urbano/ Rogéria Campos de Almeida

Dutra - Rio de Janeiro: UFRJ/ MN, 2007.

quarta-feira, 25 de março de 2015

“A regra de ouro é cozinhar!”

A regra de ouro é cozinhar!”
Conhecer e Comer: caminhos para redescobrir a comida de verdade.
Seminário organizado pelo Instituto de Nutrição/UFRJ e HCTE/Ufrj. Março de 2015.
Ocasião do lançamento do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014).
Tive a oportunidade de assistir duas conferências.
A primeira conferência foi de Carlos Augusto Monteiro (Nupens/USP) um dos coordenadores do projeto de elaboração do Guia Alimentar para a População Brasileira 2014. Ele fez um relato do processo, citando o método das pesquisas envolvidas e apresentando os elementos fundadores desse novo guia.
“O que é alimentação?”  É receber os nutrientes necessários ao processo evolutivo? Sabe-se que o homem por ser omnívoro desenvolveu sua humanidade muito em decorrência de suas práticas alimentares que ofereciam o gradiente nutricional exato para sua evolução enquanto espécie. A relação humana com o alimento é única no reino animal e o palestrante destaca que “somos os únicos que preparamos nossos alimentos e por isso somos humanos”. Ele destaca a centralidade do sistema alimentar das sociedades e como que aquilo está integrado com a alimentação e com a nutrição daquelas pessoas. Destaca os padrões alimentares locais e as formas de comer como centrais para encontrar a “comida de verdade”.
“O que é saúde?” para uma perspectiva mais tradicional, saúde é ausência de doenças. Atualmente é possível pensar a saúde além da negação da doença, mas bem estar físico e psicológico.
Quais os obstáculos atuais para se ter mais saúde e bem estar?  Um deles está relacionado ao poder desagregador do consumo de comida ultra processada, muito comum nas grandes cidades brasileiras e do mundo todo. O professor destaca que vivemos no mundo todo, modernizado e globalizado, o fenômeno do aumento do consumo desse tipo de comida... Para ele o projeto da indústria dos ultraprocessados está se cumprindo, quando se percebe que muito menos pessoas cozinham sua própria comida em decorrência da falta de tempo e do marketing em torno dos “fast food” das comidas rápidas, pré-prontas e instantâneas...
Chama a atenção para a centralidade da comida e o que é mobilizado a partir do simples e imprescindível ato de comer.  O consumo de ultraprocessados está diretamente relacionado com a ocorrência de doenças crônicas, pois o organismo humano não está preparado para receber carga alta de nutrientes sintéticos e baixa carga de fibras, gerando diversas doenças. Do ponto de vista do ambiente, o consumo desse alimento incentiva a grande produção e a indústria de alimentos, além de incentivar o agronegócio e a privatização das sementes etc. Do ponto de vista social e cultural, o consumo de alimentos utraprocessados está associado a vida urbana, individualizada e “corrida” e de alguma maneira causa uma ruptura no sistema alimentar das sociedades. De um modo geral, o consumo de ultraprocessados está associado a um padrão de comensalidade desconectado da produção e do seu compartilhamento.  Em relação a essa discussão ele sugeriu o livro de Jacobs sobre “matriz alimentar”.
Na perspectiva mais atual do que é saúde, acionada na concepção do Guia de 2014,  o consumo alto de ultraprocessados é um obstáculo forte ao que se entende por bem estar físico e mental. A regra de ouro do guia segundo Carlos Augusto Monteiro é “cozinhar”.
O ato de cozinhar a própria comida é operador dos princípios para uma alimentação que gere saúde. 1. Comer comida fresca, feita na hora. 2. Variar bastante dentro do padrão alimentar inserido. 3. Aquisição de ingredientes frescos e não conservados, priorizando os pequenos produtores que não usem agrotóxicos. 4. Comer com atenção, saber o que está escolhendo, de preferência escolher na companhia de outra pessoa, compartilhando o preparo e o consumo.

A falta de habilidade culinária foi um ponto que surgiu na discussão sobre os obstáculos que temos para comer uma comida de verdade.  Outro obstáculo é a oferta e o preço, além do falta de tempo e principalmente a ofensiva da publicidade e do marketing acerca da alimentação processada.

Para finalizar o resumo da conferência, ele afirmou que o guia é um bom exemplo de uma bem sucedida parceria entre a academia e o executivo para implementação de políticas públicas para a saúde ligadas ao Ministério da Saúde.
O guia já está disponível aqui nesse link.

A segunda conferência foi de Maria Emília Pacheco, atual presidente do CONSEA – Conselho Nacional de Educação Alimentar.
Ela focou nas ameaças para uma alimentação saudável.
Destacou que há um consenso de que a o alimento saudável é proveniente da agricultura familiar. No Brasil os pequenos produtores são os principais responsáveis pela produção de hortaliças e legumes frescos “in natura”. Nesse sentido, a publicidade e o lobby a favor da indústria de alimentos ultraprocessados  são os maiores obstáculos para uma alimentação saudável no Brasil.
Maria Emília citou um livro que é referência para uma educação alimentar e nutricional cujo título é
“Alimentos regionais brasileiros” ainda não tive oportunidade de navegar pelo livro e achei disponível neste link

O dia 25 de março é uma data marcante para a segurança e a soberania alimentar da sociedade brasileira, segundo a palestrante.
Fazem 10 anos que os “transgênicos” foram liberados no Brasil.
Hoje, 25 de março de 2015 está em debate na Câmara Federal a revogação do decreto de 2003 que regula o direito do consumidos a sua informação identificada no rótulo com um símbolo T.
No Senado Federal hoje está sendo debatido sobre o Projeto de Lei de acesso aos recursos genéticos, um projeto que casa bem com a revogação do direito de propriedade dos quilombolas em suas terras, lei de 2004 sancionada pelo Lula. ( confirmar essa informação, ela falou vagamente) Esse projeto de lei é um projeto criado pelo lobby da indústria sementeira, farmacêutica, dos cosméticos etc e que pretende conceder ao congresso nacional a prerrogativa que até então é do poder executivo do Ministério da Agricultura. Todo esse lobby é uma ameaça aos direitos dos povos e de suas práticas alimentares, fundamentais para a saúde humana, do ponto de vista da segurança alimentar.

Associado a isso temos a publicidade atuando em conformidade com esse lobby, promovendo uma valorização dos nutrientes em detrimento do valor nutritivo natural do alimento fresco ou mesmo dos que são levemente processados como o queijo e o pão.
A normatização da produção de alimentos frescos e levemente processados cria uma série de impedimentos a produção de escala familiar e favorece a grande indústria alimentícia, ao agronegócio, pois o critério de qualidade adotado pela vigilância é parte do mesmo lobby e ameaça os modos de produção tradicional da comida que são tão caros a uma alimentação que gere saúde e nesse sentido, pode –se dizer que caminha-se para uma situação de risco alimentar... ( conferir resolução 49 da Anvisa e a PEC 215/2013 citados pela palestrante).

Respostas possíveis:
Campanha do CONSEA
“Comida é patrimônio”
Achei aqui nesse link

Capilarizar ações voltadas para a promoção da comida de verdade, tais como a criação de equipamentos públicos de alimentação, feiras de produtores, eventos e iniciativas de difusão das habilidades culinárias, políticas voltadas para o controle dos territórios e enfrentamento da ofensiva privatizacionista das sementes... eu pensei em projetos de cozinhas comunitárias...
A palestrante destaca que não tem como não politizar a questão da alimentação. A ofensiva é grande e trata-se de um fenômeno da atualidade que precisa ser enfrentado diuturnamente.
Tanto Carlos Augusto Monteiro, como Maria Emília Pacheco, ambos os conferencistas falaram uma coisa que  foi como um chamamento à cozinha...
O projeto das corporações ligadas às indústrias de alimentos está se cumprido quando nos deparamos com pesquisas que mostram que cada vez menos pessoas possuem alguma habilidade culinária, os jovens estão cada vez mais inseguros na cozinha e há até uma certa glamourização pela publicidade da inabilidade culinária...
Além do mais, destacaram que a alimentação solitária dos fast food ou dos alimentos prontos e instantâneos rompem com um padrão de comensalidade que está na base de uma alimentação saudável que é o compartilhamento do preparo e do consumo da comida, o hábito de comer junto é fator de bem estar. Do mesmo jeito que alto consumo de alimentos processados cria um padrão de palatabilidade que estranha o paladar da alimentação natural, um dado que surgiu nas pesquisas apresentadas no primeiro painel do seminário foi o de que cada vez mais cedo se inicia a ingestão de alimentos ultraprocessados, hiper saborosos e macios... o índice é altíssimo com crianças com menos de dois anos de idade e ainda, o índice alarmante com crianças com menos de  16 semanas!  Quando citaram isso  lembrei dos danoninhos, geleias de mocotó imbasa, sustagem, mucilon, farinha láctea etc...  e aí constatamos que a cultura dos ultraprocessados  está aí entre nós há muitos anos.
Em suma, os dois enfatizaram que uma alimentação saudável precisa levar em conta o acesso aos alimentos frescos, livres de aditivos ou inseticidas; o incentivo à produção dos mesmos em escala familiar, bem como a valorização dos modos tradicionais de comer e preparar a comida.
Outros links relacionados

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Conhecer e comer: caminhos para redescobrir a comida de verdade
Perspectiva do Guia Alimentar para a População Brasileira
Data: 24/03/2015
Horário: 8h30 às 18h00
Local: Auditório Roxinho do Centro de Ciências de Matemática e da Natureza (CCMN) - UFRJ
Programação
8h30 – inscrições e abertura
Professora Glória Valéria da Veiga – Diretora do Instituto de Nutrição Josué de Castro
Professor Mércio Gomes – Coordenador do HCTE
9h30 às 10h30 – Conferência com o Professor Carlos Augusto Monteiro (Nupens/USP)
10h30 às 11h10 – Conferência com Maria Emília Lisboa Pacheco (Consea Nacional)
11h10 às 12h30 – Painel 1: Alimentos ultraprocessados, conveniência para quem?
Princípio 1 (Guia alimentar): Alimentação é mais do que ingestão de nutrientes.
Convidados: Professoras Cláudia Olsieski (Nutrição/Estácio de Sá), Giane Moliari (Nutrição/UniRio) e Inês Rugani (Nutrição/UERJ)
Mediador: Professor Alexandre Brasil (NUTES/UFRJ)
Abordagem: Breve panorama sobre a industrialização dos alimentos até chegar aos ultraprocessados, com alto teor publicitário. O livro Food Politics, de Marion Nestlé, é esclarecedor ao demonstrar como a agroindústria, por meio do marketing, atuou para estimular o consumo de nutrientes ao invés de alimentos. Compreensão dos obstáculos (Guia Alimentar): Publicidade infantil
Palavras-chaves: Conhecer e comer
12h30 às 12h40 - Mensagem de Michael Pollan.
12h40 às 14h30 – Almoço + visita às salas temáticas + feira agroecológica
14h30 às 15h30 – Painel 2: Soberania Alimentar, soberania consumidora e cidadã
Princípio 4 (Guia alimentar): Diferentes saberes geram o conhecimento.
Convidados: Dra. Daniela Sanches Frozi (FIOCRUZ/DF PALIN), Professora Luciene Burlandy (Faculdade de Nutrição/UFF) e Representante do Ministério da Saúde.
Mediador: Professor Renato Maluf (CPDA-UFRRJ)
Abordagem: Segurança e Soberania Alimentar; Políticas para ampliação de escolhas alimentares; desenvolvimento de estratégias e ações intersetoriais para Educação Alimentar e Nutricional.
Compreensão dos obstáculos (Guia Alimentar): Conceder maior valor ao processo de adquirir, preparar e consumir alimentos.
Palavras-chave: Confiança, cuidado
15h30 às 15h40 – Mensagem de Marion Nestle
15h40 às 16h00 - INTERVALO
16h00 às 16h30 – Bate-papo: Todos podem e devem cozinhar
Convidada: Regina Tchelly (Favela Orgânica)
Princípio 5 (Guia alimentar): Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares.
Abordagem: A habilidade culinária ganha destaque no Guia como uma das possibilidades para vencer os obstáculos à alimentação saudável. Regina irá compartilhar como a cozinha transformou a sua vida. Também irá sugerir ideias de como desenvolver essa habilidade e apresentar seus estudos com aproveitamento integral de alimentos.
Palavras-chaves: Cozinhar, Carinho
16h30 às 17h15 – Palestra: Descolonização da cultura alimentar
Palestrante: Professor Carlos Walter Porto-Gonçalves (Departamento de Geografia/ UFF)
Princípio 3 (Guia Alimentar): Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar social e ambientalmente sustentável.
Abordagem: O conceito de sistema-mundo moderno colonial, a colonização do poder e o modo de produção de conhecimento. O que significa a descolonização do saber? Quais os caminhos para uma ecologia dos saberes?
Compreensão dos obstáculos (Guia Alimentar): Reflexão sobre a importância que a alimentação tem ou pode ter para suas vidas.
17h15 às 18h00 – Encerramento e encaminhamentos
Professor Carlos Augusto Monteiro (Nupens/USP)
Representante do Ministério da Saúde
Princípio 2 (Guia Alimentar): Recomendações alimentares devem estar em sintonia com o seu tempo.
Abordagem: vivemos a Era dos Ultraprocessados, alimentos com alto teor de publicidade, conveniência, fabricados com excesso de sal, açúcar e gordura. Daí, importância de CONHECER! Conhecer para comer. Conhecer para Contestar; Conhecer para des-Colonizar o Conhecimento; Conhecer para reivindicar Cultura; Conhecer para Cuidar da saúde e do ambiente; Conhecer para Cozinhar; Conhecer para exercer Cidadania.
Realização e organização:
Este evento é realizado e organizado pelo Programa de História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE) e pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Coordenação executiva
Glória Valéria da Veiga – diretora do INJC/UFRJ
Mércio Gomes - coordenador do HCTE/UFRJ
Comissão organizadora
Ana Luisa Kremer Faller (INJC)
Gabriel Fernandes (HCTE)
Jean Phillipe Lafond (HCTE)
José Carlos de Oliveira (HCTE)
Juliana Dias (HCTE)
Letícia Tavares (INJC)
Mónica Chiffoleau (HCTE)
Roberta Castro (HCTE)
Taís de Souza Lopes (INJC)
Valéria Caselato (INJC)
Serviço
Evento: Conhecer e comer: caminhos para redescobrir a comida de verdade – perspectiva do Guia Alimentar para a População Brasileira
Data: 24/03/2015
Horário: 8h30 às 18h00
Local: Auditório Roxinho do Centro de Ciências de Matemática e da Natureza (CCMN)
Endereço: Av. Athos da Silveira Ramos, 274 - Cidade Universitária, Rio de Janeiro - RJ.
Inscrições: o evento é gratuito, mas é necessário fazer inscrição prévia pelo e-mail hcte@ufrj.br ou através do telefone 3938-9493
Informações: http://www.hcte.ufrj.br/ ehttp://www.nutricao.ufrj.br/index.htm