quinta-feira, 16 de abril de 2015

o lugar da comida

“Em termos nutricionais nada nos impede de comermos a sobremesa, ou beber o cafezinho como princípio do almoço; assim como nada nos impede a prática da entomofagia (comer insetos), como o fazem certos povos orientais, africanos ou mesmo ameríndios brasileiros. As proteínas desta fonte alimentar, inclusive, são reconhecidas como de melhor assimilação do que a carne. Contudo, a degustação do inseto não nos apetece. Qual é a diferença entre se deliciar com camarões ou grilos fritos? Os odores de certos alimentos tanto podem provocar a salivação apetitosa quanto a repulsa, como é o caso de certas conservas ou tipos de queijos. As moléculas odorantes, percebidas pelas células olfativas são idênticas, mas a significação da experiência da realidade é diversa. Assim também, insere-se na dimensão da ordenação do mundo e classificação cultural o “lugar” da comida, ou seja, em que contextos ela apresenta-se como alimento, ou como sujeira.”  Rogéria Dutra. 

Antropóloga que estuda alimentação.
Dutra, Rogéria Campos de Almeida
Família e redes sociais: um estudo sobre as práticas e estilos
alimentares no meio urbano/ Rogéria Campos de Almeida

Dutra - Rio de Janeiro: UFRJ/ MN, 2007.

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