quinta-feira, 25 de junho de 2015

A peleja do alecrim com o coentro e outros causos culinários.



Me toca a mandioca.

Da mais bela mandioca
Se extrai a boa goma
Para fazer tapioca
De todo gosto e aroma.
Com recheios tão diversos
Que merecem muitos versos
Até em outro idioma.

Quem quiser beiju gostoso
Deve a goma hidratar,
Deixar ele bem formoso
Depois pôr para secar.
Vai então depois salgando
Separando e peneirando
Pra ficar bom de fritar.

Mas não caia na bobeira
De achar que vai fazer
Como a tapioqueira
Tens é muito que aprender.
Ela é dona da arte
E experiente reparte
Gomas de fazer gemer.

Se a sua tapioca
Não ficar
Como a dela,
Se não merecer beijoca
Ou se grudar na panela,
O jeito é não desistir
Confiar mais no porvir
E treinar mais como ela.

Mas não para por aí
O que a mandioca cria.
Muito mais que um jataí
Ela faz nossa alegria.
Muitos tipos de farinha
Que enriquecem a cozinha
Coisa para todo dia.

Tem tapioca de caroço
E a farinha da terra,
Vê que a goma é só um esboço
Da nossa boa de guerra.
Massa puba e copioba
Tanta coisa dá e sobra
Com mandioca não se erra.

Também não me esqueci
Que é dela que se tira,
O mágico tucupi
Até encanta a curupira.
Sai dela também polvilho
Pra delicioso sequilho
Doce que se admira.

Mas o melhor uso é,
Qualquer discussão é finda,
O que há no Alto da Sé
Ante a vista que se brinda.
Fazem coisas mais gostosas
As sempre talentosas
Tapioqueiras de Olinda.

A peleja do alecrim com o coentro e outros causos culinários: receitas e cordel de
Tatiana Damberg


Nenhum comentário:

Postar um comentário